Eu Preciso Mesmo Cruzar Meu Cão?



Muitos de nós, após adquirirmos um animal de estimação, começamos a pensar na possibilidade de um dia de vê-los ter filhotes, afinal filhotes são lindos, fofos e cativam qualquer um! Parece tão fácil, porém, raramente nos lembramos de todas as implicações referentes à procriação de um cão ou gato. Custos adicionais, visitas frequentes ao veterinário, riscos à saúde da mãe antes ou durante o parto são apenas alguns dos problemas que podem ser gerados através da cruza dos nossos animais de estimação. Fora estes, problemas piores poderão surgir: complicações durante o parto, filhotes com problemas, doenças genéticas transmissíveis e alterações do padrão racial, dificuldade de encontrar bons donos para os filhotes, que muitas vezes acabam abandonados à própria sorte nas ruas.

Ao pensarmos em cruzar nossos animais de estimação, devemos considerar isso e muito mais. E para lhe ajudar, elaboramos algumas questões que devem ser feitas com cuidado e refletidas por todos aqueles que pensam em procriar seu cão ou seu gato:

1 – Seu pet tem raça definida?
Se você tem um vira-lata em casa e pretende procriá-lo, pense muito antes de fazer isso. Lembre-se que um dos maiores problemas que existem em relação à animais de estimação atualmente é o abandono. Os vira-latas infelizmente são os animais que mais sofrem com isso, pois são frequentemente abandonados por não terem um padrão racial específico. Se você tem um cão ou gato sem raça definida em casa, pense na possibilidade de castrá-lo, para que cruzas acidentais sejam evitadas. Se sua vontade é ter um filhotinho, dê preferência pela adoção e faça um animal feliz para sempre.

2 – Seu sonho é ter um filhote exatamente igual ao seu amado animal de estimação, portanto, você quer procriá-lo?
Também não é uma boa ideia. Animal algum é igual ao outro, e você jamais terá garantias de que o filhote será geneticamente semelhante ao pai ou à mãe. Independente de quão inteligente ou especial seja o seu pet, os filhotes dele terão, na melhor das hipóteses, metade da carga genética dele, sem contar todos os riscos inerentes à uma gestação e parto. Pense então se realmente vale a pena correr este risco.

3 – Se mesmo assim você optou pelo cruzamento, você está preparado para todas as implicações que envolvem procriar um animal de estimação?
Está preparado financeiramente para regulares consultas veterinárias durante a gestação e a possibilidade de gastar uma quantia considerável de dinheiro com um parto cesárea, se necessário? Está preparado para a possibilidade de perder sua cachorrinha ou os filhotes dela durante o parto? Muitas fêmeas apresentam dificuldades durante o parto, podendo perder os filhotes ou até morrerem, se não forem atendidas por um veterinário com urgência, seja a hora que for.

4 – Depois que os filhotes nascerem, você está preparado para passar algumas noites em claro, providenciando alimentação e cuidados especiais, caso a fêmea tenha tido algum tipo de problema durante o parto?
Você já pensou para quem doá-los quando chegar a hora (cerca de 60 dias), e já pensou que, se estes filhotes procriarem, seus filhotes poderão ir parar nas ruas? Está preparado para gastar com a primeira dose de vermífugo, vacina importada e ração de qualidade antes de doá-los? Lembre-se de que serão muitos filhotes por ninhada, você precisará de espaço e muita paciência para limpar cocô e xixi pela casa pelos próximos dois meses no mínimo.

5 – Seu animal é de raça e em função disso você pensa em cruzá-lo para ganhar algum dinheiro com os filhotes?
Eu não faria isso. Animais de raça somente devem ser procriados por especialistas, que conhecem e se dedicam ao estudo da raça e fazem controle genético de padreadores e filhotes, assegurando assim a saúde dos animais. Cruzamentos indiscriminados e sem controle genético trazem vários problemas que vão além do padrão físico, mas problemas comportamentais e doenças genéticas que não tem cura e trazem muito sofrimento para o pet. Vender estes animais para lucrar com eles é ainda pior, pois alimentará o comércio de cães e gatos que explora milhares de animais pelo Brasil afora, onde vidas são banalizadas e comercializadas em troca de dinheiro fácil.

6 – Por falar em genética, você sabia que cães e gatos sofrem muito com doenças herdadas geneticamente, que na grande maioria das vezes poderia ser evitadas se os proprietários castrassem seus animais ao invés de cruzá-los?
Um animal jamais deverá ser cruzado se não tiver a saúde 100% perfeita, e isso somente poderá ser atestado através de vários exames e testes genéticos. Prepare-se, portanto, para gastar um bom dinheiro extra para ter a certeza de que seus animais são saudáveis. Pois na presença de qualquer doença genética no pai ou na mãe, os filhotes também nascerão doentes, e sofrerão. Você está preparado para saber que a culpa de todo este sofrimento foi sua? Você ficará em paz com sua consciência ao ver que nasceram filhotes doentes e que dificilmente conseguirão um lar e guardiões responsáveis que deem a ele toda a atenção e carinho que eles merecem? Você quer cruzar seu cão, mesmo sabendo que ele é doente geneticamente e sabendo que a doença dele fatalmente passará aos seus filhotes, e aos filhotes dos seus filhotes e assim por diante? Mesmo que o risco da transmissão seja pequeno, a cruza deve ser evitada e o animal castrado, pois a doença genética não tem cura e trás dor e sofrimento. Portanto, pense no seu animal, e avalie o seu amor por ele antes de colocá-lo para cruzar. Quem cruza um animal doente, sabendo dos riscos, não o ama e não pensa nas conseqüências deste ato cruel, egoísta e irresponsável. Quem ama seu animal de verdade, o castra e evita que seu sofrimento passe adiante.

7 – Seu animal tem um temperamento impecável, é calmo e obediente?
Pode ser o melhor cão do mundo, mas se for anti-social não pode ser cruzado, e ponto final. O temperamento é herdado dos pais, portanto, se seu cão tem problemas de socialização, é agitado ou agressivo, jamais deve ser cruzado.

8 – Você sabia que estatisticamente, de 10 cães de rua, 8 já tiveram um lar?
Isto significa que a chance de seus filhotes acabarem nas ruas, ou os filhotes deles, é altíssimo. E você sabia que a partir do momento que você permite a procriação de um animal e mais tarde um descendente dele acaba pelas ruas passando frio e fome, parte da responsabilidade sobre isso será sua? Afinal animais de rua não estão lá porque querem, e sim porque seres humanos os colocaram lá. Direta ou indiretamente, a responsabilidade começa no momento em que permitimos que um cão e uma cadela cruzem e procriem. Ou seja, não pense que você não terá nada com isso.

9 – Você já visitou um CCZ (centro de controle de zoonoses) ou um abrigo de animais abandonados?
Já viu quantos cães e gatos, inclusive de raças definidas aguardam dia após dia pela chance de terem um lar? Já imaginou o sofrimento destes animais, que quando não estão jogados nas ruas, estão em verdadeiros depósitos de cães e gatos, muitas vezes sem comida suficiente, sem abrigo, sem assistência veterinária e sem o mínimo de dignidade para ter uma vida de qualidade? Muitos nem chegam a atingir a maturidade, pois são eutanasiados nos CCZs a fim de conter o avanço populacional, quando na verdade o que se precisa é de conscientização e educação para a guarda responsável e para a necessidade de uma política de saúde pública que veja a castração destes animais como prioridade para diminuir o abandono e os maus tratos. Não cruzar o seu cão pode ajudar a mudar esta triste realidade.

10 – Depois de ler tudo isso, você ainda está disposto a cruzar o seu animal de estimação?
Lembre-se de que a opção é sua, e você poderá cruzá-lo se quiser. Mas a partir daí, muita coisa pode acontecer e em função disso trazer uma série de sofrimento para vários animais, e não somente para o seu. Você está disposto a arcar com isso? Lembre-se novamente, animais não estão nas ruas porque querem, mas sim porque alguém os colocou lá.

Espero que este texto ajude na reflexão de todos aqueles que querem cruzar seus animais e que sirva de guia para que as pessoas compreendam as implicações de um cruzamento. E mais, que este texto estimule as pessoas a considerarem a castração de seus pets, a fim de evitar que novos filhotes venham ao mundo. Filhotes fofos, mas que sofrem nas ruas, com o abandono e os maus tratos, refletindo muita dor e tristeza. Por fim, lembre-se sempre que a decisão sobre cruzar ou não seu cão é sua, e de mais ninguém. Mas que se a sua decisão for a correta, muitos animais lucrarão e serão mais felizes com isso.


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Grupo Bull Terrier Rio de Janeiro

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