Encontro Bull Terrier Brasília na Revista do Correio Braziliense
Pelo menos três em cada 10 residências do Distrito Federal têm cachorro, de acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a paixão pelos animais de estimação extrapola as quatro paredes. Frequentemente, os tutores saem para passear com os pets e, não raro, marcam reuniões em áreas livres com outros donos. Além de promover a socialização entre os bichinhos, eles trocam informações sobre doenças específicas, tratamentos, dicas de veterinários. Nesse cenário, são cada vez mais frequentes os encontros de raça. Tutores de labrador, Golden Retriever, Shih-tzu, Husky Siberiano e Pug já promoveram eventos. No último fim de semana, buldogues ingleses estavam em peso no Parque da Cidade. Hoje, são os donos de Bull Terrier que estarão juntos, entre 9h e 12h, na área verde do Comercio Local, na QI 9 do Lago Norte.
Ricardo Veloso, servidor público, 32 anos, é dono de Apollo, um Bull Terrier de 3 anos. Ele é um dos organizadores do encontro, que deve reunir, de acordo com as estimativas dos últimos, pelo menos 150 pessoas com seus animais. Desde 2009 acontecem os eventos da raça. “Prezo muito pela socialização do meu cão, não busco um cão de guarda, até porque não é o propósito dessa raça, tenho cão como pet, um membro da família”, esclarece. Segundo Ricardo, esses momentos de união dos tutores são fundamentais para que os cães aprendam a interagir mais facilmente, seja com outros cachorros, seja com as pessoas.
Além disso, no caso específico dessa raça, ajuda a quebrar estereótipos e preconceitos. Isso porque o bul terrier é tido como um cão agressivo, o que, segundo Ricardo, não é verdade. “Ele tem essa ligação quase que instantânea com as pessoas. Quem é leigo teme, mas quem conhece a raça sabe que ela é incapaz de fazer mal às pessoas que a cercam. Eles são muito devotados ao seu dono”, explica. Ele aconselha adestrar e socializar os cães dessa raça desde filhotes, para que possam conviver facilmente com outros cachorros.
A médica veterinária Lorena Nichel explica que os encontros proporcionam muitas vantagens para a saúde mental e física do animal. Além de praticarem um exercício físico brincando com outros cachorros, o estresse deles diminui. De acordo com Lorena, o número de pessoas que frequentam esses encontros tem aumentado nos últimos anos. No último fim de semana, ela esteve no encontro de buldogues ingleses, que reuniu pelo menos 30 pessoas. Os encontros de raças são normalmente organizados por meio das redes sociais. Há grupos e páginas para que os interessados possam entrar e saber mais sobre o assunto.
Lorena lembra que, apesar das campanhas pró-adoção de animais sem raça definida, o abandono também atinge os cães de raça, sobretudo quando eles adoecem ou quando não correspondem ao comportamento esperado pelo dono. Ir aos encontros é uma forma de conhecer melhor as características e o temperamento de cada tipo. Ela recomenda que as pessoas que desejem ter um animal de estimação de raça estudem os padrões antes de escolher: “Pesquisar sobre criadores da raça, se são registrados no Kennel Club, sobre a raça em si, ir ao local onde os filhotes se encontram, observar como é o manejo dos animais dentro do canil e se o canil é acompanhado por um médico veterinário”. O Kennel Club é uma entidade orientadora dos criadores, registrando ninhadas, organizando competições, entre outros serviços.
Antes de ir a um encontro
Certifique-se de que seu animal está com todas as vacinas em dia;
O cão também deve ter tomado vermífugo, de acordo com a orientação do veterinário;
Leve-o com coleira anti-pulga, carrapato e repelentes contra o mosquito da leishmaniose;
Evite levar cadelas no cio;
Evite levar cães agressivos.
Publicado em 24/07/2016
Revista do Correio Braziliense
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